Em meio a esse ambiente vasto, aparece Arnold Schoenberg, um judeu austríaco com uma forte tendência esotérica (talvez mais supersticioso que esotérico), que viveu os problemáticos anos das grandes guerras (as duas). Ele foi o criador do dodecafonismo e, na minha opinião, ele o fez em função de sua fascinação pela numerologia e por sua influência cabalística judaica. Para entender um pouco o dodecafonismo, temos que entender a escala musical ocidental. Aprende-se quando criança que a escala ocidental tem 7 notas, dó-ré-mi-fá-sol-lá-si, chamada escala diatônica, mas não é bem assim. Além das 7 notas naturais da escala diatônica, temos também 5 notas intermediárias, donde tiramos a chamada escala cromática (isso em se falando de escala temperada, pois tem outras variações que não vou citar aqui). O importante para o dodecafonismo é saber que a escala cromática tem 12 notas, ou semitons (7 + 5 = 12), sendo que, essa palavra vem do grego (dodeka = doze e fonos = sons). Na forma dodecafônica, a regra básica é que não se pode repetir um semitom antes de tocar todos os outros, ou seja, toda "melodia" tem 12 notas diferentes, chamada de série que, somada a outras regras musicais, compunha a estrutura da obra. O dodecafonismo evolui para o serialismo integral, muito embora, ambas as formas são conhecidas por serialismo, dado que a base delas é a série de 12 notas. Essa linguagem é bastante hermética, quase um tipo de matemática, tendo sua audição difícil para os "não iniciados" nas artes musicais, pois os "não iniciados" têm uma compreensão musical simplória, baseada em costumes harmônicos básicos ocidentais, fartamente usados na indústria da mídia, muitos deles com objetivo de embotar a capacidade mental mesmo.
De qualquer formal, sempre é bom saber que existe, que tem forma, lógica, significado, lirismo e arte. Pierrot Lunaire é uma obra importante e significativa desse período. Como disse acima, para o vulgo, não é fácil de ouvir, mas se você não tentar, nunca vai entender. Abaixo um excerto dessa obra.
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