Vou tentar ser simples, mas toda análise tem lá sua complexidade. Se pegarmos o solfejo acima, podemos dividir esse tema em três seções: a) ta_tata b) tata_ta c) ta_ta_. A parte a) é verdadeiramente o tema básico, ou seja, ele é composto de 3 notas; a parte b) é uma inversão do tema, ou seja, o tema exposto de trás para frente, uma primeira variação; a parte c) é uma variação que enfatiza o sincopado do tema, pois uma das sutilezas dele é que ele se inicia antes do tempo principal, no contratempo de um compasso anterior (eu sei, eu sei, eu ainda não passei as noções de compasso, pausa, sincopado, mas um professor de inglês também fala um monte de palavras que você não entende quando você começa a estudar o "the book is on the table").
Todo o fraseado de 8 notas pode ser chamado de "exposição do tema", pois, como disse acima, o verdadeiro tema é composto de apenas 3 notas e as outras 5 já são duas variações dele. O que vem a seguir na música é a dissertação sobre essa exposição. Mais uma obra da genialidade desse mestre é a segunda parte da música, que consegue manter a unidade estilística pela harmonia e o ritmo, pois, em termos de melodia, o fraseado tanto rítmico quando melódico é absolutamente contrastante em relação ao tema, ou seja, totalmente diferente, afinal, ele queria mostrar que "já se utilizou de todas as notas, mas no fim não deu em nada...". Absolutamente fantástico! Uma música simples e absolutamente genial.
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